Note-se que o então S.L.Elvas estava desde há semanas a ser coadjuvado por um elemento do benfica, o antigo jogador Valadas. Havia da parte do benfica a expectativa que o Belenenses tropeçasse em Elvas e perdesse o campeonato para eles. Com efeito, só a vitória servia ao Belenenses; mesmo o empate impedir-nos-ia de ser campeões.
O Belenenses triunfou e ganhou a conquistou o Campeonato mas foi uma vitória arrancada a ferros, com sangue, suor e lágrimas.
Muito cedo os elvenses se puseram em vantagem e foi só fazendo apelo a todas as suas forças, e com uma determinação heróica, que a equipa azul deu ao volta ao jogo na 2ª parte, chegando à vantagem aos 77m.
O Belenenses somava assim este título, de 1946, aos Campeonatos de Portugal de 1927, 1929 e 1933.
Pontificavam nessa equipa o capitão Mariano Amaro, as lendárias Torres de Belém (Capela, Feliciano e Vasco), Serafim, Rafael, José Pedro e, entre os que ainda estão entre nós, e de muito boa saúde, Artur Quaresma e Andrade.
Mal acabou o jogo, os jogadores, mais o treinador Augusto Silva (que, sempre pelo Belenenses, já fora 3 vezes Campeão de Portugal, como jogador, e era ainda o mais internacional de todos os jogadores portugueses), uniram-se num abraço enorme, gritando "Belém! Belém! Belém!". Por sua vez, os milhares de belenenses que se tinham deslocado a Elvas invadiram o campo, para fazer a festa.
O regresso a Lisboa foi apoteótico, engrossando-se cada vez mais a caravana, à medida que se aproximava o Tejo. O largo de Cacilhas, onde a equipa apanhou o barco, estava repleto de gente, o mesmo acontecendo na chegada ao Cais do Sodré. Ao longo da Avenida 24 de Julho, um cordão quase ininterrupto de povo aclamava os jogadores do Belenenses, até culminar na grande festa em Belém!
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