Desta época, até agora, além do golo na última jornada, há um momento que julgo que nunca esquecerei.
Foi na Trofa. O jogo acabara, no últimos instantes um defesa adversário salva a bola sobre o risco. Tínhamos perdido, o cenário da descida começava a fazer-se próximo. Soprava um vento cálido, agradável até para quem suara a apoiar a nossa equipa, mas eu sentia a alma gelada de tristeza.
Um grupo de adeptos na zona do Trofense, mas tudo indica afectos a outros clubes, insultava o Belenenses e os seus adeptos em altos berros, e repetia provocações e gestos de confrontação. Foi um instante... Sei que o vento soprou mais forte, e como que assim empurrada, de repente, a Fúria, como um todo, irrompeu em correria para fazer frente aos provocadores, que recuaram.
Foram não mais que uns breves momentos mas, é para já, o que de mais grato e confortante retenho desta época: um assomo de honra e de orgulho, de hombridade. Um modo de mostrar que um grande clube não pode cair, ou tropeçar, sem que as suas gentes reajam e clamem o seu orgulho. De pé. Dignamente.
Aquele que aqui escreve não faz a apologia da violência gratuita. Nada disso. Aliás, nesse mesmo jogo, até conduzimos pessoalmente um adepto, já não muito jovem, do Sporting de Braga, para uma zona "segura", de forma a evitar possíveis problemas.
O que queremos realçar é que um clube como o Belenenses, em todas as circunstâncias, mesmo nas de risco, como a actual, tem que lutar até ao fim, com honra, com toda a força, com a dignidade que exige a nossa grandeza, a nossa história, aquilo que representamos.
Sábado, na Luz, é, deve ser um grande momento azul. De aflição, claro. Mas também de afirmação de identidade, de mentalidade, de fidelidade a um símbolo, a uma cor, a um ideal - aquele que é nosso, só nosso, e há-de ser, porque ninguém nos pode tirar. A única derrota será faltar, será desistir, será não ir à luta. Cabe-nos a todos, com espírito de grupo, um só corpo, uma só voz, uma só alma, cabe à Fúria Azul ser o porta-estandarte da honra e do orgulho de ser Belém. Estando presentes. Cantando, gritando, festejando efusivamente se for o caso, chorando sem vergonha, se fôr esse o nosso destino. Mas com altivez, sempre. De cara levantada. Respeitando quem nos respeitar, mas olhando com desdém e superioridade se houver lampiões a gozar-nos, sim, olhando-os com pena de não saberem como é triste ser da "carneirada", e como é diferente, único e grandioso ser do Belenenses!
BELÉM ATÉ MORRER
6 comentários:
Grande!!!! Como sempre. Seja uma hora de tristeza ou de alegria, decerto que o inicio da noite de sabado será vivido com a grandeza de ser Belenenses. De ser diferente. De ser digno, pugnando pela diferença e orgulhoso da mesma. De ter convicções e lutar por elas. De ter sentimentos e valorizá-los. De ser do Belenenses. Sempre. Até morrer.
Abraço a todos os Furiosos de quem acredita ter no sabado 2 alegrias.
Excelente
Não podemos abandonar o nosso clube, quando o nosso apoio é mais preciso que nunca!
Nunca me afastarei do Belenenses por termos maus resultados, mas posso afastar-me por ver que não merecemos melhor.
Ousar e vencer!
«A única derrota será faltar, será desistir, será não ir à luta.»
Um lema, uma certeza, uma condição de se ser Belenenses: jamais desistir, jamais não lutar...vencer sempre!
Parabéns por estas belas palavras, cheias de paixão, e que só aumentam o meu respeito pela grande FA.
Para o fim do jogo de Sábado, se as coisas correrem mal, e vier o gozo, temos que gritar
Belém até morrer, Belém até morrer
temho todo o orgulho, sou Belém até Morrer
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