Trofense x Belenenses

Mais uma segunda-feira de futebol negocio. Desta vez saíram do Restelo três autocarros, indo dois deles praticamente cheios.

O dia era de nervosismo, pois todos sabíamos da importância de uma vitória nessa tarde-noite.
A viagem foi especial em certos pontos, mas disso falaremos na próxima edição do azulão, que sairá na próxima segunda feira, dia de recebermos o municipal de braga.

Chegaríamos à Trofa com margem suficiente para nos instalarmos no estádio com uma à-vontade considerável e preparados para receber a nossa equipa na entrada no pequeno rectângulo de jogo não fossem os entraves do costume. Depois de batedores abrirem caminho à Fúria Azul por Trofa dentro, as senhoras foram levantar os bilhetes que naquele dia seriam gratuitos para elas, encaminhamo-nos para a nossa porta e….” bandeiras não entram”. As vozes de protesto logo se levantaram mas as “forças” mostraram-se indemoviveis. Parece que naquele campo da bola não só não entram bandeiras como nunca entraram. O que vimos na televisão noutros jogos deve ter sido ilusão óptica, bem como as bandeiras que se apresentavam em bancada oposta na nossa.

Enfim, lá entramos com os restantes furiosos do norte do país e com o pessoal da Alma Salgueirista com quem mais uma vez tivemos o prazer de privar. Já a bola rolava e após “limpar” o sector lá nos prestámos a apoiar quando…o Belenenses já tinha dois golos sofridos.

O espectro da descida congelou tudo e todos, gelo esse que apenas ia sendo quebrado com discussões internas na tentativa de se tentar encontrar culpados para esta precária situação.

Lá reduzimos para 2 – 1 e com isso veio algum alento, até porque começámos a jogar mais perto e mais perigosamente na área do adversário. Foi assim que acabou a primeira parte e assim começou a segunda. Quando já adivinhávamos o golo do empate, pois o Belenenses estava na mó de cima, eis que Jaime Pacheco resolve tirar o homem mais móvel na frente, Saulo. Foi o canto do cisne. Depois disso apenas voltámos por duas ou três vezes à área adversária, duas delas com perigo, numa delas havendo penalti por assinalar e na outra com um corte em cima da linha, mesmo no fim do encontro. Muito pouco para quem tanto queria.

O árbitro foi o sacana a que já nos acostumaram, com faltinhas de chacha e dois penaltis por assinalar a nosso favor, além de permitir um enorme número de anti-jogo ao adversário que passou boa parte do tempo do chão a queimar tempo com lesões provocadas pelos milhentos mosquitos que deambulavam no ar, possivelmente afectos a uma pocilga próxima.


Chegaria o jogo ao fim com o terror do resultado negativo e depois mais uma das cenas do “futebol à portuguesa” onde as forças de segurança que se criam públicas apenas são locais. Descarregando a testosterona em cima dos forasteiros e permitindo a vergonha aos locais. Sendo que os desacatos passaram da bancada para o relvado e o Figueiredo, nosso treinador de guarda redes tirava de esforço com um agrupamento que se encontrava atrás do banco de suplentes. Cenas tristes e lamentáveis que nada dignificam o futebol nem mesmo o desporto, apostando-se que parte das pessoas presentes não se disponibilizarão a passar pelo mesmo.
E o triste é que o Estado não existe em competência que a liga e federação já provaram não ter.

Lá rumámos novamente ao bus, numa longa viagem de regresso. Pararíamos apenas uma vez, na Mealhada, onde o bus do clube também entrou, mas vendo-nos por lá nem parou e seguiu viagem directa até ao Restelo, onde apenas um adepto os esperava. Assim está este Belenenses, abandalhado. Todos se lamentam mas ninguém faz nada. Infelizmente o bus da Fúria chegaria dez minutos mais tarde, já não encontrando a comitiva pelo Restelo.

Agora vê-se o Belenenses em situação complicada, mais frágil do que um copo de fino cristal. Não dependemos apenas de nós e quem esta dentro das quatro linhas não consegue transmitir a mínima confiança. Segunda-feira mais uma batalha e agora é esperar que os astros se alinhem e favoreçam o Belenenses. Quem for crente, que reze, reze muito, pois esta descida será como que fatal para o nosso amado clube.


3 comentários:

Anónimo disse...

infelizmente não deu para ir, mas segundo sei a policia voltou a fazer das deles, é triste quando quem deve zelar pela segurança é o primeiro a criar problemas, mas pronto la vai andando assim este pais onde cada vez mais eles tem mais poder, e cada vez mais o futebol serve para descarregar os problemas de casa.como alguem que eu não gosto uma vez abriu numa frase " em casa sem tesão no estádio com o bastão " mais não digo senao segunda lá voltamos nós a deixar de poder entrar com material. abraço a todos

Terrace disse...

Mas também tiveram resposta a altura esses frustrados da gnr.

Mas isso fica para quem lá esteve...

Anónimo disse...

Infelizmente é verdade...
VIVA O BELÉM!!

Tomás Costa