Em 1987...





Pois é, isto de os anos passarem por um gajo, também tem as suas vantagens.

Muitas memórias. Ter visto um outro (muito mais forte) Belenenses. Aprender que tudo passa, tudo muda, relativizar as modas, os clichés, os ídolos com pés de barro, os sucessos de ocasião...

Todas as imagens acima se referem à época de 86/87, em que liderámos várias jornadas e em que nos qualificámos novamente para as classificações europeias, apesar da série mais vergonhosamente desfavorável de arbitragens de que nos lembramos, e nos pontos perdidos (na secretaria) no célebre caso Mapuata (nessa altura, era quase ano-sim, ano-sim, mas passava-se por cima). Sim (ao contrário do que já se inventou), perdemos esse caso, e quem se safou da descida de divisão, dando lugar a um alargamento, foi o Marítimo, com o apoio do lagarto-"facho" Silva Resende, que levou a Federação a dar o dito por não dito.

Apesar de algumas limitações na defesa (laterais e poucos centrais) e no meio campo, sobretudo com as lesões (em especial a prolongada de Alberto, então na Selecção, tal como Jaime), o Belenenses tinha um ataque fantástico, demolidor, que proporcionava grandes espectáculos. Mladenov, Jaime, Mapuata, Djão, depois Guina, brindaram-nos com alguns dos jogos mais empolgantes que vimos, também com mérito do treinador Henry Depireux.

Recordámo-nos de um jogo com o Varzim, aí por Fevereiro-Março de 1987, e o jogo exactamente anterior no Restelo, com o Braga, ambos com "chapa 4".

Contra os bracarenses foram 60m de luxo, do melhor que já vimos, incluindo jogos internacionais, chegando o Belenenses a 4-0 (a foto 1 assinala o 4º golo, marcado por Mapuata). Na última meia-hora a equipa abrandou, e o adversário (que também contribuiu para o espectáculo) atenuou para 4-2.

Com o Varzim, não houve um período tão espectacular mas houve uma boa exibição dilatada no tempo. No final, vitória por 4-1. Na ficha de jogo, pode ver-se que no Varzim (com uma excelente equipa) alinhavam "um tal" Rui Barros e o Vata, o tal da mãozinha no Benfica, que um dia declarou que o golo mais escandalosamente ilegal que marcou foi num jogo contra o Belenenses, e que a imprensa nem falou nisso. Sempre fomos os grandes mártires...

Note-se ainda que o árbitro era um tal Azevedo Duarte, o tal que nas escutas do Apito Dourado aparece a falar do "meu" (dele) "braguinha"... pero, no pasa nada. Bom, nessa altura, ainda eramos amigos do Braga, a quem até ajudávamos (ex: no tempo de Vitor Manuel-Carlos Silva-Luís Reina), apesar de sermos tradicionalmente mal recebidos na cidade arcebispal.

Nos jogos com outros grandes, ia-se aos 40 ou 45 mil (exemplo na foto 4). Nessa época, jogos normais no Restelo tinham umas 15.000 pessoas, às vezes mais. Como se pode ver na última imagem, estávamos como o 3º clube com mais espectadores/assistências, à frente até do Sporting e não muito longe de Benfica e Porto.

1 comentário:

Anónimo disse...

Para quem não gosta de ler, mesmo faça um esforço, grande lição